28 de janeiro de 2012

O BAIRRO FERROVIÁRIO

A construção de habitações para alojamento por parte dos Caminhos de Ferro Portugueses, integrava-se na política “social” da companhia para atrair e fixar pessoal, oferecendo condições de estabilidade familiar e de emprego e contribuindo para o desencorajar de conflitos laborais. 
Nessa perspectiva, a empresa construiu vários Bairros, especialmente nos centros ferroviários mais importantes como era o caso do Barreiro.
A 14 de Julho de 1935 foram inauguradas as primeiras moradias do Bairro Ferroviário do Palácio do Coimbra, com a presença do Ministro das Obras Públicas, Eng.º Duarte Pacheco. O Bairro viria a crescer um pouco mais em 1958, quando foram construídas mais 3 habitações, totalizando o conjunto 23 de moradias.
Tipologicamente o Bairro apresenta-se em blocos de 2 moradias uni-familiares de um só piso, com um pequeno quintal, destinadas a duas categorias profissionais o «Pessoal Graduado» e o «Pessoal Braçal». Ambas apresentam algumas variações, ao nível da organização interna do espaço, da decoração das fachadas e do acesso à habitação.
As moradias do «Pessoal Graduado» têm a entrada na fachada principal para a Rua da Bandeira, com uma porta de madeira ao centro flanqueada por duas janelas. O acesso é feito por 4 degraus em pedra calcária. Aproveitando o desnível foram instalados dois canteiros de flores. Os vãos das portas e janelas são rematados por friso em alvenaria pintado, cujo tom é repetido nas barras que percorrem a parte inferior do edifício. Interiormente o espaço é distribuído por 3 divisões e uma casa de banho. Possui outra entrada pelo quintal.
A casa do «Pessoal Braçal» é mais singela na decoração, possuindo apenas uma porta e uma janela. Não tem acesso pela rua principal, que é feito por traz do edifício. O espaço divide-se igualmente em 3 divisões mas a casa de banho é no exterior.
São pequenas diferenças que reflectem o estatuto profissional do seu morador.
Foi construído mais um bloco com 16 habitações em 1959, exterior ao Bairro mas junto ao Palácio do Coimbra.
Em 1964, a CP edificou mais 5 moradias junto à antiga Ponte do Seixal.
Enfim, mais um pedaço de história que se apaga da memória dos Barreirenses, que se vão vendo cada vez mais submersos em novas construções descaracterizadas; mais um pedaço da história de uma cidade industrial que desaparece, apagando os vestígios de uma arquitectura industrial que poderia ser a alavanca do criar de um novo modelo de cidade, alicerçado numa ponte entre o passado e o futuro do Barreiro.





TEXTO E FOTOS RETIRADO DA pág.: barreiroweb
http://barreiroweb.com/bweb

Sem comentários:

Enviar um comentário